Desafio da cintura A4 |
O perigo da obsessão pela busca do "corpo perfeito" desafio da cintura A4 e outras dietas perigosas para a saúde
Uma nova moda está agitando a internet na China. Trata-se de um "desafio" que pede às jovens para medirem suas cinturas comparando-as à largura de uma folha de papel A4 (de 21 centímetros): se o corpo delas sobressai ao sulfite apenas nos extremos, isso quer dizer que elas têm "as medidas ideais".
Milhares de jovens aceitaram a proposta, que fez bastante sucesso no país. O jornal chinês People’s Daily disse se tratar de "um desafio para ficar em forma", e a foto da atriz Zhang Li aderindo à ideia viralizou nas redes sociais.No entanto, muitas pessoas alertaram às mulheres dizendo que essa "moda" coloca em risco a saúde e reproduz uma imagem irreal do corpo feminino. Os críticos do "desafio da cintura A4" começaram a publicar fotos segurando, em vez da folha em branco, seus diplomas universitários como resposta àquela "tendência".
O caso gerou polêmica, e até mesmo as autoridades chinesas entraram no debate. Mas essa não é a primeira vez que esse tipo de desafio é questionado.
A Rede BBC listou outros cinco exemplos e os riscos que eles oferecem à saúde.
1) O desafio do umbigo
Nesse desafio --também nascido e popularizado na China--, a ideia era comprovar se uma pessoa estava ou não suficientemente magra. Para cumpri-lo, as pessoas tinham que publicar uma foto com os braços dando a volta na cintura e as mãos alcançando o umbigo.
A tendência fez sucesso principalmente na plataforma chinesa Weibo, que em junho de 2015 já era utilizada por mais de 130 milhões de usuários. O desafio também gerou críticas por promover uma imagem pouco saudável e realista do corpo feminino.
Alguns médicos do país disseram que a "moda" fomentava transtornos alimentares e distorcia os padrões de beleza da sociedade. "Essas poses e fotos podem ser divertidas, mas também podem se tornar uma expressão de insegurança", disse à BBC Jolene Tan, diretora de comunicação de uma ONG dos direitos das mulheres de Singapura. "Precisamos fazer mais para promover a aceitação da diversidade dos corpos das mulheres".
2) Dieta da lombriga solitária
Essa dieta, que começou a ser difundida no início do século 20, consistia em comer parasitas para tentar perder peso. Quem seguia a dieta precisava comer ovos de lombriga ou solitária, geralmente em forma de pílulas. Na teoria, os vermes alcançariam a maturidade dentro dos intestinos humanos, absorvendo a comida. Isso causa uma perda de peso, mas também gera diarreia e vômitos. Segundo os médicos, a dieta é perigosa em muitos sentidos. Não só porque a lombriga pode crescer até 9 metros de comprimento, mas também porque pode causar muitas doenças, incluindo problemas de visão, meningite, epilepsia, demência e intensas dores de cabeça.
3) Espartilho de cintura de vespa
A obsessão por ter uma cintura extremamente fina não é nova. Ao final do século 19, nasceu outra tendência que se mostrou muito popular: o espartilho de cintura de vespa. As mulheres da era vitoriana precisavam usá-lo para ter um copo de forma de ampulheta. Mas corriam risco de prejudicar órgãos internos e deformar suas costas, já que a cintura ficava reduzida a 40 centímetros. Essa tendência agora voltou à moda, e várias mulheres passaram a usar faixas muito justas ao redor da cintura por muitas horas durante os exercícios. "Se você usa por muito tempo, pode ter problemas no abdômen. E, se usa de forma incorreta ou muito apertada, também pode causar danos à pele", afirmou o médico Ash Mosahebi, cirurgião plástico do hospital Royal Free, de Londres.
4) Roupa de borracha
Com a Revolução Industrial, o uso da borracha ou do látex se popularizou e virou matéria-prima até de roupas. Pensava-se que a borracha, além de disfarçar as "gordurinhas", causava maior transpiração e levava, portanto, à perda de peso. Tanto homens como mulheres o utilizavam, ainda que provocasse irritações ou mesmo infecções na pele. Hoje em dia, um exemplo similar é a roupa de treinamento que acelera a transpiração que faz bastante sucesso entre algumas pessoas, explicou à BBC Mundo Dhyana Van der Pols, da Federação Mundial da Indústria de Produtos Esportivos (WFSGI, na sigla em inglês).
"As pessoas querem acelerar o metabolismo aumentando a temperatura do corpo", disse. Mas isso pode ser contraproducente, levando à perda de líquidos e minerais vitais ou expondo as pessoas a lesões musculares.
5) Dieta do vinagre
Hoje em dia, há quem defenda a dieta do vinagre de maçã. Ela promete queimar as toxinas e acelerar o metabolismo, mas a acidez do vinagre também pode provocar queimaduras no estômago e, segundo a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, "não há evidência científica de que tenha efeitos sobre o peso". Os nutricionistas garantem que não se trata de algo novo. Lord Byron foi um dos primeiros que, no início do século 19, popularizou a famosa "dieta do vinagre". Com o objetivo de limpar e purificar seu corpo, ele pensou que tomar vinagre diariamente seria uma boa ideia. Mas os efeitos colaterais incluíam vômitos e diarreia.
Byron estava obcecado com sua magreza: em 1806, pesava 88 quilos, e em 1811 seu peso foi reduzido para 57. Os médicos insistem que as obsessões como essa podem ser prejudiciais para a saúde, por exemplo, porque podem causar a redução da massa corpórea de maneira dramática.
Fonte: Uol Estilo de Vida / BBC Mundo
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