Motivação é a chave para qualidade de vida na terceira idade
Depois de ver os filhos crescerem, a carreira profissional em seu auge e o nascimento dos netos, o que mais pode motivar uma pessoa em idade avançada?
De acordo com a experiência do Dr. Clineu Mello Almada, geriatra do Einstein, muitas coisas. Mas é preciso que as pessoas queiram correr atrás delas.
“É importante desenvolver outras atividades para que, ao parar de trabalhar, por exemplo, a pessoa não pare a sua vida totalmente”.
A principal dificuldade, segundo ele, é que grande parte das pessoas, e não apenas os idosos, não consegue aceitar a própria idade e nem mudar o seu tipo de atividade. “Muitos têm dificuldades, mas alguns conseguem procurar outros caminhos dentro da própria profissão, indo atrás de alternativas para continuarem atuando dentro dos seus limites”, afirma.
Tornar-se incapacitado para exercer uma função, ainda mais para quem sempre se considerou um especialista, é bastante assustador, até para os jovens. Este tipo de medo não é saudável, conforme afirma o Dr. Clineu.
“Temos que pensar diferente. É necessário fazer planos e perceber que envelhecer é inevitável, e que isso vai levar, consequentemente, a um declínio de algumas funções”.
Para ele, estes limites, entretanto, não devem ser encarados como o fim da linha. “Quem aposenta mais cedo, por exemplo, geralmente já pensa em uma nova atividade e consegue ter uma resposta melhor quando interrompe suas obrigações profissionais, procurando alternativas”, exemplifica.
Ele explica que, neste processo, uma atitude positiva é fundamental e pode inclusive influenciar na saúde de uma pessoa. “Sem uma atividade e motivação, o indivíduo fica deprimido, come de maneira inadequada, ganhando ou perdendo muito peso, e desiste de se tratar com os médicos”.
Ele explica que, neste processo, uma atitude positiva é fundamental e pode inclusive influenciar na saúde de uma pessoa. “Sem uma atividade e motivação, o indivíduo fica deprimido, come de maneira inadequada, ganhando ou perdendo muito peso, e desiste de se tratar com os médicos”.
De acordo com médico, atualmente a expectativa de vida máxima pode chegar a 120 anos (com exceção de casos raros, que passam desta idade), sendo que a população deve chegar cada vez mais perto desta marca. “Apenas 25% da nossa condição de envelhecimento é resultado da carga genética, enquanto os outros 75% estão relacionados ao estilo de vida”, calcula.
Outro dado interessante apresentado pelo geriatra é que 80 a 90% da população com mais de 85 anos têm pelo menos uma doença, o que mostra a necessidade do de cuidados especiais ao atingir esta idade. “Se a maioria gerenciasse adequadamente estes problemas, seria possível levar uma vida com mais qualidade”.
A maior dificuldade, porém, segundo explica o médico, está em mudar a cabeça de alguns idosos. Isso porque, para ele, a geração de hoje é muito apegada ao status que o trabalho trouxe, o que causa dificuldades em parar de exercer a própria função e gera depressão no caso de uma interrupção repentina. “Muitos dos amigos geralmente são do trabalho e as pessoas não se acostumam facilmente a perdê-los”.
É preciso saber viver... e querer também!
Um ponto positivo comemorado pelo Dr. Clineu é que, apesar dos exemplos negativos, ele afirma ser cada vez maior o número de pessoas que começam a perceber que é possível ter qualidade de vida na terceira idade.
Com mais informação e campanhas, estão vendo que existe possibilidade de buscar um tratamento quando estão doentes e que não precisam desistir de viver bem, comemora, dando dicas para se alcançar o bem-estar nesta fase da vida.
“A integração social é fundamental. Buscar uma atividade ocupacional e aprender também. Na vida, é imprescindível mantermos nossos sonhos e projetos, e na terceira idade ainda mais!”.
Fonte: Hospital Albert Einstein
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