Alimentação rica em fibras pode reduzir em 22% o risco de morte por doenças cardíacas e respiratórias
A constatação é de pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Segundo a equipe de pesquisa, as fibras também já foram relacionadas à redução do risco de desenvolver alguns tipos de câncer, diabetes e obesidade.
Além disso, as fibras ajudam nos movimentos peristálticos e a baixar os níveis de colesterol, glicemia e pressão arterial. Os pesquisadores ressaltaram que elas também promovem a perda de peso e reduzem as inflamações.
“O mais recente Dietary Guidelines for Americans (guia alimentar lançado anualmente pelas autoridades de saúde norte-americanas) recomenda o consumo de frutas, vegetais e grãos integrais ricos em fibras”, disse Yikyung Park, cientista do instituto e chefe da equipe de pesquisas que conduziu o estudo.
“As recomendações são de 15 gramas de fibras para cada 1.000 calorias alimentares ao dia. Nosso estudo está em conformidade com estas diretrizes, além de também sugerir que o consumo de fibras nutricionais está associado a índices mais baixos de mortalidade”, disse ele.
O relatório foi publicado na edição de 14 de fevereiro do Archives of Internal Medicine.
Para o estudo, a equipe de Park colheu dados de 388.122 homens e mulheres participantes do Estudo de Alimentação e Saúde do Instituto Nacional de Saúde – AARP, dos Estados Unidos. Como parte da pesquisa, os participantes preencheram questionários sobre seus hábitos alimentares.
A quantidade de fibras ingeridas diariamente pelos participantes do estudo variou de 13 a 29 gramas para os homens e de 11 a 26 gramas para as mulheres.
Durante os nove anos de acompanhamento, um total de 20.126 homens e 11.330 mulheres faleceram.
Os pesquisadores constataram que, durante os nove anos do estudo, os homens e as mulheres que consumiram mais fibras apresentaram probabilidade de morte 22% mais baixa que os outros participantes.
Além disso, o risco de doenças respiratórias e cardiovasculares foi reduzido de 24% para 56% entre os homens que ingeriram mais fibras e de 34% para 59% entre as mulheres, constatou a equipe de Park.
Os pesquisadores ressaltaram que as fibras dos grãos, mas não das frutas, foram associadas à redução dos riscos de morte.
“Estudos anteriores se concentraram na relação entre a ingestão de frutas e as doenças cardiovasculares, mas poucos deles examinaram a relação entre as fibras alimentares e o risco de morte por outras causas. Nossa análise complementa as publicações sobre o tema, sugerindo que a ingestão de fibras está associada a uma probabilidade mais baixa de morte”, disse Park.
“O estudo fornece evidências que sustentam as diretrizes atuais, que recomendam um alto consumo de fibras”, disse o Dr. Frank B. Hu, professor de nutrição e epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard e um dos autores de um editorial da revista especializada.
“Os grãos integrais são a palavra de ordem”, disse a nutricionista e fisiologista Samantha Heller, que coordena o departamento de nutrição clínica do Centro de Cuidados do Câncer do Griffin Hospital, de Connecticut, ao comentar o estudo.
Pode ser que as pessoas cuja alimentação é rica em fibras – incluindo grãos integrais, verduras, frutas e castanhas – mantenham um estilo de vida mais saudável, praticando exercícios físicos e não fumando, do que aquelas que comem principalmente alimentos processados e poucas frutas e verduras, disse ela.
“Sendo assim, não seria ótimo se adotassem a medida simples de adicionar à dieta alimentos saudáveis, ricos em fibras, afastando assim doenças sérias como os problemas cardiovasculares, o câncer e o diabetes?”, sugeriu Heller.
Fonte: The New York Times
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