A atividade física atua como fator preventivo e de tratamento para diversas doenças, fato que não é diferente quando se fala do oncológico.
Na prevenção, os benefícios estão relacionados ao controle de fatores que favorecem o desenvolvimento de câncer, uma vez que 25% dos diagnósticos são causados pelo sobrepeso, obesidade e sedentarismo, englobando ainda fatores ambientais como 70 a 80% das causas.
Sabe-se que a obesidade aumenta o risco em desenvolver câncer de mama no pós- menopausa, cólon e reto, esôfago, fígado, bexiga, pâncreas, rim e útero. Assim, com a prática regular de atividade física associada a baixos níveis de gordura, o ambiente metabólico fica menos favorável ao desenvolvimento de neoplasias devido às baixas concentrações de triglicerídeos e de insulina (que estimula o crescimento celular).
Há pesquisas que mostram que indivíduos obesos com síndrome metabólica apresentam um risco aumentado em desenvolver câncer. Levando em consideração outros benéficos da atividade física, como, por exemplo, a melhora do trânsito intestinal, pesquisas indicam que homens fisicamente ativos apresentam uma redução de 30 a 40% do risco de câncer de cólon, uma vez que ela gera um aumento do peristaltismo colônico, diminuindo tempo de trânsito intestinal.
Infelizmente as pessoas que recebem o diagnóstico tendem a diminuir o nível de atividade física durante o tratamento. É importante que os pacientes mantenham alimentação saudável e exercício físico regular como parte do tratamento. Câncer em estágio avançado é acompanhado por perda de peso e massa muscular, gordura, gerando fraqueza, algumas vezes anemia, devido à ação das citocinas, que podem ser produzidas pelo próprio tumor.
Com isso, a atividade física é capaz de conservar a massa muscular mesmo com o tumor competindo com o organismo por nutrientes, normaliza hormônios (como a insulina e T3), reduz a concentração de cortisol, melhora a resposta imunológica, auxiliando o organismo no combate à neoplasia e à caquexia tumoral, controle da fadiga e de outros possíveis efeitos adversos do tratamento, diminuindo taxas de complicações cardíacas, auxiliando na recuperação pós- operatória, melhorando a capacidade cardiorrespiratória e ajudando na restauração do membro operado.
Apesar destas vantagens, não podemos deixar de lado os cuidados a serem tomados. Durante o tratamento de quimioterapia, os exercícios físicos não podem ser praticados se o paciente estiver com anemia severa, uma vez que o sistema cardiovascular não está preparado para se adaptar à maior demanda de oxigênio; e pacientes com cateter externo de longa permanência não devem fazer exercícios em água pelo risco de infecção, nem exercícios resistidos na musculatura local pelo risco de deslocamento. Os pacientes em tratamento de radioterapia devem evitar exercícios em piscinas com cloro, já que a pele do local tratado pode se ressentir.
A recomendação é que pacientes com diagnóstico de câncer realizem exercícios em intensidade moderada, com duração de 30 a 60 minutos, podendo realizar tanto os com características aeróbias, quanto para fortalecimento e hipertrofia. Os exercícios devem ser individualizados de acordo com as habilidades e condições do paciente.
Fonte: Hospital Albert Einstein
einstein.br
Fonte: Hospital Albert Einstein
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