É possível comer o que você gosta e ainda assim ter uma vida balanceada e saudável. Confira! |
Que levante a mão quem nunca adotou uma dieta milagrosa, um chá da magreza ou ainda passou tempos se privando de comer um chocolate ou um brigadeiro!
A má notícia: nada disso funciona, pelo menos a longo prazo. A boa notícia: é possível comer o que você gosta e ainda assim ter uma vida balanceada e saudável.
Esse foi um dos grandes recados da Oficina de Nutrição que o projeto Vida de Saúde com Marcio Atalla realizou no último finde em Jaguariúna (a 120 km de São Paulo).“Nosso objetivo é mostrar que pequenas atitudes, aliada a uma mudança de hábito, podem ter um grande impacto na saúde e na alimentação”, afirma Atalla.A oficina de nutrição faz parte de uma série de eventos abertos à população com com a proposta de levar informação democrática a todos e estimular a prática de atividade física nos parques da cidade.
No último domingo foram criadas nove estações de nutrição, cada uma delas com um tema diferente e uma profissional da área para explicar o assunto e tirar as dúvidas dos visitantes. Na estação sobre produtos diet, light e açúcar, por exemplo, o principal assunto não poderia deixar de ser o chocolate. “Acabei de saber que, em termos calóricos, praticamente não há diferença entre um chocolate diet e o comum”, disse a artesã Vilma Araújo, de 53 anos.
“Queremos desmistificar a questão da dieta, das restrições. Quem tem uma alimentação saudável pode, sim, comer de tudo”, afirma Fabiana Benatti, nutricionista da USP e uma das coordenadoras da oficina. As recomendações alimentares do Vida de Saúde seguem as diretrizes do Guia Alimentar da População Brasileira, do Ministério da Saúde, cuja principal orientação é o consumo de alimentos frescos.
“Frutas, legumes, verduras, pão integral devem ter prioridade no cardápio, em detrimento de alimentos processados, como suco de caixinha com açúcar, pratos congelados, biscoitos”, diz a especialista.A seguir, Marcio Atalla, que tem pós-graduação em nutrição pela USP, dá cinco dicas importantes para ter uma alimentação mais saudável e eliminar o excesso de peso.
1 – Consuma entre 60% e 70% dos alimentos in natura.
Isso quer dizer comida de verdade: arroz, feijão, ovos, leite, carnes, frutas e verduras. “Que tal descascar mais e desembrulhar menos?”, diz Atalla.
2 – Em vez de dietas radicais, aposte em trocas possíveis no dia a dia.
“A ideia é diminuir a quantidade de calorias, aumentar a quantidade de nutrientes e a quantidade de comida. E isso é possível”, afirma o professor. Algumas sugestões: substituir o pão, o arroz e o macarrão brancos pela versão integral. Trocar frituras por assados. Optar por suco de fruta sem adição de açúcar. “Os restaurantes por quilo, por exemplo, oferecem boas opções para uma alimentação mais equilibrada. Mas precisamos de informações para fazer as melhores escolhas”, completa.
3 – Tenha à mão lanches saudáveis (frutas, castanhas, iogurte) para evitar chegar com muita fome às principais refeições.
4 – Aprenda a observar a sua fome.
“O ideal é que, numa escala de 0 a 10 de fome, a gente coma entre 6 e 7, não passe de 8. Se esperar chegar entre 9 e 10, você vai comer qualquer coisa”, diz Atalla. “Saber identificar quando temos fome é fundamental, porque muitas vezes a gente come por emoção, por hábito. E isso acaba estocado”, completa.
5 – Crie mini-metas possíveis.
“De cada dez pessoas que fazem dieta, nove fracassam”, conta Atalla. Segundo o especialista, isso acontece principalmente porque, para emagrecer rápido, as pessoas acabam excluindo algum macronutriente ou reduzindo demais as calorias. “Você nunca vai conseguir manter uma situação assim a longo prazo. Ninguém consegue ficar muito tempo sem comer carboidrato, por exemplo”, diz. Vale mais a pena fazer pequenas mudanças na alimentação e perder peso aos poucos, mas tendo as mudanças incorporadas de verdade à rotina. Ao atingir uma meta viável, a pessoa se sente motivada. E se dê um prêmio a cada meta alcançada (um cinema, uma viagem, um brigadeiro – por que não?). “Motivação é fundamental nesse processo. Nosso cérebro funciona assim: você tem um desejo, tem o que te leva a conquistar aquilo (a alimentação e a atividade física, por exemplo) e tem a recompensa. Se você alcançar mini-metas e se premiar, vai criar um ciclo em que consegue mudar seu estilo de vida”, conclui Atalla.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Somos gratos por seu comentário. Responderemos o mais breve possível!