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Emagrecer - Nem sempre ter o peso que deseja traz felicidade |
Às vezes tudo o que desejamos é ter o corpo perfeito, mais a pergunta é vale a pena cuidar somente da aparência?
Será que somente ter o peso ideal sempre traz felicidade!É verdade que, de acordo com indicadores médicos, o peso ideal para cada pessoa deve ser estabelecido pelo seu IMC – Índice de Massa Corpórea (calcule o seu aqui). Mas também é verdade que, se a falta ou o excesso de peso não oferece risco à sua saúde, o peso ideal deveria ser aquele capaz de deixar o indivíduo feliz e satisfeito com o próprio corpo.
Personagens de revistas de celebridades, novelas, filmes e reality shows não são os melhores modelos para serem comparados com a população em geral. Infelizmente, porém, a realidade se mostra bem mais perversa.
A televisão, o cinema e as publicações de moda, por exemplo, destacam a magreza como a única saída possível para a felicidade. Mas será que existe o tal peso ideal? E será que ele é, realmente, o sinônimo de uma vida feliz?
Peso ideal x felicidade
Do ponto de vista psicológico, a questão é controversa. Mesmo entre os indivíduos que se encontram dentro de um IMC saudável, muitos continuam descontentes e insatisfeitos por estarem acima ou abaixo do peso dos modelos de identificação oferecidos pela sociedade.
"Infelizmente, às vezes nem um corpo saudável traz a satisfação pessoal que está relacionada à apresentação de cada um. Essa ideia da imagem é uma tentativa de garantir que a pessoa está no controle do próprio corpo", explica Gisele Lins Prado, psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein."Diante dessa maneira de enxergar a própria figura, a obesidade pode ser entendida como sinônimo de quem não têm força de vontade. Isso influencia a pessoa a supor que só pode ser feliz se for magra, o que é um engano, basta observar doenças como anorexia nervosa. Mais grave ainda é supor que o indivíduo fora do padrão de beleza seja alguém com uma possível falha no caráter", afirma a psicóloga.
Antes mesmo de perder peso, é importante que as pessoas "obcecadas com a própria imagem" busquem o tratamento para seus conflitos emocionais e as variações de humor que podem surgir por causa deles. Por mais trabalhoso que seja emagrecer, não faltam meios e tratamentos que ofereçam resultado rápido, quando realizados com dedicação. Já as aflições emocionais, embora demandem um investimento mais intenso, podem trazer benefícios bem mais duradouros.
Magreza x satisfação
Se a magreza realmente fosse um sinal de felicidade, pessoas anoréxicas – que são muito magras, mas incapazes de se sentir assim – não colocariam a própria vida em risco. A anorexia apresenta o maior índice de mortalidade entre os distúrbios alimentares, que incluem a bulimia nervosa e o transtorno compulsivo alimentar periódico. "A satisfação sempre vai depender de como a pessoa se vê. O importante não é o peso ou a medida, mas o sentido que o indivíduo dá para ele, para a sua apresentação pessoal e para si", acredita Dra. Gisele.
"Um grande risco é quando a pessoa passa a supor que todas as suas dificuldades são consequência do seu peso, o qual julga não ideal. Ela deixa de valorizar outras queixas e não percebe que as coisas não estão funcionando bem por outras razões. Nestes casos, mesmo depois de chegar ao que consideram o peso ideal, geralmente enfrentam alguma frustração, já que isso não era a única questão importante a ser resolvida."A sombra
"Não há problema em querer estar bem, mas transformar o próprio peso em uma sombra não é saudável. Se isso se transforma em um sofrimento, é indicado procurar ajuda psicológica", explica a especialista.
Sintomas que mostram a necessidade de ajuda profissional:
O indivíduo se impõe a um isolamento social porque prefere não ser visto;
Deixa de investir em coisas da vida cotidiana – trabalho, família e amigos – para focar somente nos treinos da academia;
Faz tratamentos radicais de alteração de peso e esconde até das pessoas mais próximas.
Amigos e familiares notam mudanças importantes na forma de se relacionar com as pessoas.
Apatia e sentimento de angústia.
Tratamento
Avaliações psicológica e nutricional são bem-vindas. Dependendo dos sintomas, um diagnóstico psiquiátrico, com possível prescrição de medicamentos é o ideal.
"Primeiro é preciso acolher o adoecimento emocional, para depois iniciar o tratamento clínico, envolvendo nutricionistas e educadores físicos", sugere a psicóloga.
Fonte: Hospital Albert Einstein
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